 |
| Padre PAOLO CUGINI |
Nos bastidores da linda cidade de Pintadas
(e outros municípios da
Bahia) estão dizendo que as vagas pela Câmara de
vereadores dos próximos anos já estão ocupadas, ou seja, os
candidatos da próxima eleição municipal já estão eleitos. Secundo
os especialistas do caso, só sobrou uma vaga, pois as outras já
estão decididas. Um saco de cimento pra cá, uma camisa pra lá, uma
promessa de emprego ali, uma dentadura acolá e o jogo é feito. Nada
de projeto político: aquilo que conta mesmo é o poder e, para
chegar lá, tudo vale. Os amigos e parentes mais próximos dos
candidatos corruptos – pois é disso que estamos falando
– se articulam bem cedo, para não correr o risco de ficar de
fora. A final de conta um amigo ou um parente dentro da Câmara
Municipal deve trazer algum beneficio pessoal, se não for assim a
que serve ser político? Será que sobrou somente uma vaga mesmo? E
se o comitê 9840 conseguir cassar o mandato de alguém, como é que
vai ficar? Vai ter espaço para caramba!
Saindo da brincadeira, aquilo que o povo no
geral entende por política é arrasador, pois décadas de corrupção
indiscriminada criaram o costume da politicagem, a identificação da
política com as maracutaias do poder. Nas nossas cidades pobres do
interior baiano, o povo carente espera com ânsia este ano de
eleições para conseguir alguma coisa por si mesmo. É o costume.
Sempre foi assim e sempre será. É difícil mudar uma mentalidade
enraizada no povo. É a vitória da vulgarização da política, da
exploração sistemática da pobreza, reprodução do sistema perverso
que não permite às pessoas de sair do mesmismo mesquinho de sempre.
É a expressão da arrogância aristocrática e demagógica que humilha
os pobres, explorando-os sem nenhuma vergonha para conseguir os
próprios objetivos. Tem futuro um negocio desse?
Para contrastar tamanha falta de vergonha,
graças a Deus a sociedade civil brasileira consciente e organizada
há alguns anos tem leis, que protegem os cidadãos contra os
corruptos da vez. É a lei 9840, que estamos divulgando através dos
cursos de formação política que andamos articulando na redondeza
toda. É clara uma coisa: aonde não tiver ninguém que fiscalize,
pode ter as leis que quiser, que não adianta nada. A lei funciona
se tiver alguém por trás que tenta fazer com que seja respeitada.
Pessoalmente acredito muito no valor político e social desta lei,
porque, quando é aplicada, ajuda tirar da campanha eleitoral os
cafajestes sem escrúpulo e corruptos, deixando o terreno limpo
pelos candidatos honestos e com vontade de ajudar o Município. O
problema, de fato, é que no atual sistema eleitoral, se não for bem
monitorado e auxiliado pelas leis, o candidato honesto tem
pouquíssimas chances de ganhar. O sistema de corrupção é tão bem
montado que, os candidatos acostumados a ganhar através de favores
pessoais e familiares, não precisam de muito esforço para se
reeleger novamente: basta ter o dinheiro no
bolso.
É
possível mudar este quadro vergonhoso? Acredito que sim. Pela
experiência que tenho e pelo trabalho sócio-político realizado
nestes anos em varias cidades, percebo que muita gente está cansada
deste esquema podre e quer algo de novo e de diferente. Sobretudo a
juventude não aceita de ser subornada com promessas pífias: ela
quer mais. Por esta razão estamos concentrando os nossos esforços,
sobretudo na conscientização das novas gerações para ajuda-las a
pensar a pertença à própria cidade, não como um espaço para tirar
uma lasquinha pessoal, mas sim como um campo para poder colocar a
disposição os próprios talentos pelo bem da sociedade. Parecem
somente palavras bonitas, mas na realidade atrás disso existe um
projeto bem preciso. Serão os candidatos deste ano a descobrir a
bondade deste projeto. Os tambores da juventude pintadense já estão
rolando: se preparem! Postado por Padre
PAOLO CUGINI, foto acima, no
blogdopadrepaolo.blogspot.com.br
Materia retirada do: http://blogdojoilsoncosta.spaceblog.com.br/
Nenhum comentário:
Postar um comentário