Após pedido de candidato, governador da Bahia desiste de horário de verão

O governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), voltou atrás e anunciou na manhã desta quinta-feira (11) que o Estado não vai mais adotar o horário de verão em 2012, que começa no próximo dia 21 nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste do país.

A decisão veio quatro dias depois de o mesmo Wagner dizer que a Bahia seria o único Estado do Nordeste a adotar a mudança.

"A Bahia é parte do Brasil, e boa parte do Brasil tem horário de verão. É importante que a gente também tenha, talvez com algum sacrifício, mas é importante", afirmou no domingo, em entrevista coletiva após o primeiro turno das eleições municipais.

O discurso mudou nesta quinta, durante entrevista a um programa da afiliada baiana da TV Record.

"A economia de energia aqui é pequena [pela posição geográfica]. A principal questão era estar alinhado ao horário de Brasília. Estou alterando a decisão, que beneficia os trabalhadores que têm de acordar cedo, como os da construção civil, domésticas e rodoviários", declarou o governador.

REAÇÃO

Rapidamente, a oposição passou a acusar Jaques Wagner de ter tomado uma "medida eleitoreira", para beneficiar o candidato do PT no segundo turno da disputa pela Prefeitura de Salvador, Nelson Pelegrino.

Ele terá como adversário ACM Neto (DEM).

Na segunda (8), Pelegrino afirmou, contrariando o governador, que "trabalharia para evitar a adoção do horário".

Horas depois, o coordenador político da campanha de ACM Neto, José Carlos Aleluia, disse ter sido o ex-governador Paulo Souto (DEM), em 2002, o responsável por tirar o Estado da mudança no relógio.

"Foi Wagner quem trouxe de volta, desrespeitando a vontade do povo, que trabalha cedo com o dia ainda escuro e fica sujeito à violência", afirmou ele, antes de completar: "Por que, Pelegrino, você só se lembrou de ser contra agora, em plena campanha?".

O governo da Bahia diz que o recuo tem base numa pesquisa que aponta que 76% da população é contrária à adoção do horário de verão.

Além disso, a Ouvidoria Geral do Estado recebeu desde o ano passado mais de 18 mil manifestações que pediam o fim da alteração, segundo o governo.

Em 2011, a Bahia voltou a mudar os relógios após oito anos.