Bancários de diversas cidades do país, especialmente do interior de São
Paulo, já começaram a retornar ao trabalho, segundo informações do
presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro
(Contraf), Carlos Cordeiro.
A entidade propôs que os sindicatos de todo o país aceitassem a proposta
apresentada na última sexta-feira pela Fenaban (Federação Nacional dos
Bancos) para o fim da greve, que chega nesta segunda-feira a 21 dias.
Para o presidente da Contraf, o acordo firmado com a Fenaban "foi uma
vitória e reforçará as reivindicações de outras classes de
trabalhadores, que vão discutir daqui para a frente seus acordos
coletivos anuais".
A proposta da Fenaban estabeleceu reajuste de 9% sobre os salários e de
12% sobre o piso da categoria, válido a partir de 1º de setembro. O
valor do piso sobe de R$ 1.250 para R$ 1.400. Os bancários vão receber
da instituição em que trabalham até 2,2 salários por ano, a título de
Participação nos Lucros e Resultados (PLR).
Pelo acordo, a categoria conquistou aumento real de 1,5%, e para o piso
da categoria, o aumento real foi de 4,3%. Os bancários vão repor os dias
de paralisação até 15 de dezembro, o que afastou a possibilidade de
desconto dos dias parados.
"Houve ganho político muito relevante, uma vez que o discurso do governo
é de que aprovar reajustes acima da inflação e dar ganhos reais,
realimentaria a inflação", disse Cordeiro.
Além do campo financeiro, ele cita ainda avanços na questão social e no
que se refere à segurança. Ficou acertado, por exemplo, que os bancários
não vão trabalhar no transporte de valores, o que "porá fim à violência
que muitos sofrem, principalmente no interior, com a ocorrência
inclusive de casos de mortes".
Ele cita ainda a proibição da divulgação pelos bancos de ranking sobre o
desempenho individual de bancários, prática que, segundo o
sindicalista, provocava constrangimentos no local de trabalho.
DA AGÊNCIA BRASIL
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